Trataremos agora da Análise das Demonstrações Contábeis, que tiveram inicio a muito tempo. Um breve histórico nos apresenta que:
n Histórico
n +/- 4.000 anos A.C. – variação na contagem dos rebanhos
n Século XIX – solicitação de balanço por bancos americanos
n Surgimento da expressão “Análise de Balanços”
n Abertura das empresas
Utilizaremos o livro do professor Marion como base.
A utilidade das demonstrações contábeis são várias, desde a utilização para fins de análise gerencial até análise realizada pelas Instituições Financeiras:
O primeiro passo para realização da análise é a reclassificação das contas. São alguns exemplos de reclassificação de contas:
n Receita financeira legalmente operacional deve ser reclassificada no grupo outras receitas/despesas.
n Duplicatas descontadas reclassificada no PC, devido ao risco de ter que reembolsar o valor se o cliente não liquidar a dívida no banco. Tratamento igual ao empréstimo bancário.
n Despesa do Exercício Seguinte: Classificada no AC deve-se reclassificar reduzindo do PL, não servirá para pagar as dívidas da empresa. Leasing: Leasing financeiro (arrendamento mercantil) que até 2007 era tratado no Brasil como aluguel, passa a ser contabilizado como Ativo para fins contábeis.
As técnicas de análise podem ser:
n Indicadores financeiros e econômicos
n Análise vertical e horizontal
n Análise da taxa de retorno
n Análise de outras D.C.
Os indicadores consistem na divisão de duas grandezas, ou seja, o numerador pelo denominador.
Análise Vertical consiste na comparação da representatividade, em percentual, de cada conta com o grupo de contas a que pertence. Para o BP, o cálculo da participação relativa é feito por meio da divisão do valor de cada conta pelo valor total do ativo ou do passivo. . Exemplo disto pode ser dado: o Ativo Total é igual a R$ 1.000.000,00 e o Caixa representa R$ 100.000,00. Isto significa que 10% do Ativo Total esta investido no Caixa.
A Análise Horizontal evidencia a evolução das contas das demonstrações contábeis ao longo dos anos. Para isso, o número-índice-base igual a cem é estabelecido para os valores de cada conta das demonstrações mais antigas e os números-índices das mais recentes são calculados. Se pegarmos o exemplo da Análise Vertical, digamos que a conta Caixa em posterior momento representa 12% do Ativo Total, então ela evoluiu 2 pontos percentuais. A obrigação da Contabilidade é evidenciar o porque deste acréscimo em contrapartida outras contas.
Análise Econômico-Financeiras
ÍDICE DE LIQUIDEZ
n Medem a capacidade da empresa cumprir suas obrigações a curto prazo nas datas de vencimentos.
n Esses índices refletem quantas unidades monetárias referentes a bens e direitos a empresa possui para cada unidade monetária de obrigação.
n ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE
ATIVO CIRCULANTE/PASSIVO CIRCULANTE
n ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL
ATIVO CIRCULANTE + ARLP/ PASSIVO CIRCULANTE + PASSIVO NÃO CIRCULANTE
n ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA
DISPONIBILIDADE/PASSIVO CIRCULANTE
n ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA
ATIVO CIRCULANTE – ESTOQUE/PASSIVO CIRCULANTE
O que significa cada um deles...
ILC – Demonstra quanto a empresa tem de bens e direitos de curto prazo para cada unidade monetária de obrigações;
ILG – Demonstra quanto a empresa tem de bens e direitos de curto e longo prazo para cada unidade monetária de obrigações de curto e longo prazo;
ILI – Demonstra quanto a empresa tem de dinheiro disponível para cada unidade monetária de obrigação de curto prazo.
ILS – Demonstra quanto a empresa tem de bens e direitos mais rapidamente conversíveis em dinheiro para cada unidade monetária de obrigações de curto prazo.
ÍNDICES DE ROTATIVIDADE
n GIRO DO ATIVO
VENDAS/ATIVO TOTAL
Indica o giro anual
n ROTAÇÃO DOS ESTOQUES
ESTOQUES/CUSTO
Quantos meses o estoque demora ser vendido
n ROTAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
PL/VENDAS
Quantidade em meses de vendas necessárias para cobrir o PL.
n ROTAÇÃO DO ATIVO CIRCULANTE
AC/VENDAS
Quantidade em meses de vendas necessárias para cobrir o AC
ÍNDICES DE RENTABILIDADE
n MARGEM LÍQUIDA DE VENDAS
LUCRO LÍQUIDO/ROL
Apresenta o percentual que sobra de Lucro Líquido para cada unidade de ROL
n LUCRATIVIDADE NAS VENDAS
LUCRO OPERACIONAL/VENDAS
Apresenta o percentual que sobra de Lucro Operacional para cada unidade de ROL
n RETORNO SOBRE PATRIMÔNIO LÍQUIDO
LL/PL
Apresenta o proporção do PL que a empresa obteve em forma de lucro
n RETORNO DO INVESTIMENTO TOTAL
LL/AT
Resulta o percentual que a empresa auferiu em remuneração ao Patrimônio Total
TERMÔMETRO DE KANITZ
Desenvolvido por Stephen Kanitz, na qual numa escala de -7 a -4 indica que a empresa esta insolvência, escala de -3 a -1 indica penumbra e 0 a 7 indica provável solvência.
Para tanto, mescla índices de retorno com liquidez e endividamento.
ANÁLISE DO DFC
Apresentamos alguns dos muitos indicadores do DFC. Segundo Marion, o Caixa Gerado nas Operações (CGO) seria antes dos Impostos e Juros. Imaginamos que a empresa apresente um CGO de $100.000 e pagou $10.000 de juros no ano. Assim a cobertura de juros seria:
$100.000 = 10,0
$ 10.000 A cada $1,00 pago de juros foi gerado $10,00 de caixa na atividade operacional. Ou seja, a empresa trabalha 1,2 meses (12/10) para gerar caixa relativo aos juros.
Caixa Gerado nas Operações (b) – Taxa de Retorno do Caixa
Ativo
Admita, o CGO de $100.000 e um ativo total de $300.000. Neste caso ficaria assim:
$100.000 = 0,33 O ativo da empresa gera 33% de recuperação de caixa por ano,
$300.000 demorando assim, 03 anos em média para converter o seu equivalente a ativo em caixa.
Quanto maior o percentual, melhor para a empresa, pois mais rapidamente transformará o Ativo em Caixa
Caixa Gerado nas Vendas = Nível de Recebimento das Vendas
Vendas
Admita que num total vendido de $100.000 a empresa teve um recebimento de caixa $90.000. Assim:
$90.000 = 0,90 90% das vendas foi recebido.
$100.000
Este número é interessante compará-lo com as empresas concorrentes, o ideal é quando mais próximo de 100% melhor, com isto corre-se menos risco de não receber o valor vendido. Claro que nem sempre é possível o zeramento das vendas a prazo, mas a busca pelo equilíbrio é necessária.
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