Se
há algo que fascina a humanidade e invade nossa imaginação com a força de um
tornado é a possibilidade de viajarmos pelo tempo... quem nunca assistiu a um filme em que os
protagonistas viajavam pelo tempo, interagindo com os nossos antepassados? Que fascinante!
Algo mágico... Mesmo sabendo do
improvável (impossível não existe) a humanidade continua alimentando a imaginação,
semelhante ao povo gaúcho que alimenta uma chama de nação livre, herdada de
nossos antepassados farroupilhas.
Vou me permitir entrar nesta onda (sou um sonhador de carteirinha) e imaginar
uma situação hipotética:
Num
determinado dia... de um determinado ano... em uma determinada universidade
estava eu iniciando a explicação para turma inicial de contabilidade sobre
débito e crédito, eis que percebo na turma uma vontade fugaz de tentar entender
o que por hora parece totalmente fora da realidade, o MÉTODO DAS PARTIDAS
DOBRADAS, e seu primeiro, segundo, terceiro e quarto lançamentos.
Muitos alunos estavam ai travando uma luta pessoal, sem
tréguas contra a vontade de largar tudo isto e ir para o bar, ou se encontrar
com a namorada, namorado... enfim, qualquer coisa... foi nesta hora que lembrei que meu filho havia construído uma máquina do tempo (acreditem,
ele disse que vai fazer uma rsrsrs) e mais do que depressa, tão logo terminou a
aula me dirigi até a dita máquina e sem pestanejar, digitei no painel o ano de
1.494, Itália, cidade de Veneza... sim caríssimos, com tantos lugares para escolher
eu escolhi a cidade onde poderia encontrar o Frei Luca Pacioli e acreditem
encontrei o frei andando de cabeça baixa e com um livro em sua mão, acabara de
voltar da última revisão do livro que seria publicado, intitulado “Summa de Arithmetica, Geometria proportioni
et propornaliti”, tão logo ele me avistou e, com um olhar
desconfiado veio em minha direção e sussurrou (com tradução em português):
- Que fazes aqui?
Naquele instante eu comecei
a suar, minhas mãos começaram a ficar trêmulas, eu não estava acreditando no
que estava acontecendo, tanto tempo ouvindo falar neste frei e agora estava eu
frente a frente com uma lenda da contabilidade... foi ai que criei coragem e
disse:
- Frei, eu vim do
futuro para trocar umas palavras com o senhor, trabalho com contabilidade...
O Frei ficou me olhando
por um tempo (parecia uma eternidade), foi então que disse bem baixinho:
- Conte-te me um pouco
do futuro meu jovem (sim, eu também me acho um jovem rsrsrs...)
Fiquei aproximadamente
2 horas contando um pouco da evolução da contabilidade até os dias atuais (2015,
tenho que dizer o ano porque pode ser que alguém que veio do futuro e esteja
lendo isto saiba onde eu estava no instante exato do início desta viajem) e
também da minha angústia em buscar uma forma de fazer com que os alunos
entendessem e gostassem de contabilidade.
O frei escutou tudo
atento e após, sentou-se em um banco de madeira envelhecido próximo onde
estávamos, apoiou o precioso livro no encosto e começou a contar um pouco do
que estava no livro, teoria contábil do débito e o crédito, onde o foco
principal é que a soma do(s) débitos devem ser iguais a soma do(s) créditos, me
explicou que o Crédito equivale as origens e o Débito as aplicações.
Falou sobre a
influência do Frederico, o grande, da Alemanha neste processo de mostrar que o
progresso era dependente da cultura... contou-se também como os venezianos,
donos do comércio de bizâncio, enriqueceram prodigiosamente... Falou também
sobre o sistema fiscal de Veneza... falou também que há possibilidades de que foram os sumero-babilônios os autores do débito e crédito, baseado na identificação mental do que é meu é seu...
Seguiu comentando sobre um documento antigo, conhecido por "partidas simples", base evolutiva para o método das partidas dobradas...
O frei falando e eu boquiaberto, não estava acreditando que estava tendo uma aula de
contabilidade com o mestre dos mestres...pai da contabilidade...
Para finalizar ele me
disse:
- Professor, o seu
papel é fazer com que os teus alunos se apaixonem pela contabilidade, somente
assim serão ótimos profissionais e.....
...neste instante o
despertador soou forte, 05:40... hora de levantar... a máquina do tempo havia
regressado em mais uma viagem fascinante... Qual (ou quando) será o próximo
destino?
Voltando a realidade, fiz isto com o intuito de aguçar a curiosidade de ler um pouco sobre o Frei Luca Pacioli, e para isto sugiro a seguinte obra...
Abraço a todos